Acusada de mandar matar Maurício Rosa, ex-prefeita começa a ser julgada nesta 2ª

Acusada de mandar matar Maurício Rosa, ex-prefeita começa a ser julgada nesta 2ª
Jornalista Maurício Rosa e a ex-Prefeita Roseli Pimentel: capítulo triste da história de Santa Luzia. Foto: Estado de Minas

Julgamento ocorre seis anos depois do assassinato do proprietário do jornal O Grito, atingido por cinco tiros, na noite de 17 de agosto de 2016, no bairro da Frimisa, onde fica a sede da Prefeitura de Santa Luzia

Estado de Minas/O Tempo

Nesta segunda-feira (8/5) começa o júri popular que vai julgar a ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Pimentel, acusada de mandar matar o jornalista Maurício Campos Rosa e utilizar recursos públicos para pagar os criminosos. O crime ocorreu em 17 de agosto de 2016. A prefeita chegou a ser presa, mas foi colocada em prisão domiciliar por um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça.

De acordo com a acusação, o jornalista teria favorecido a ex-Prefeita ao publicar, em seu jornal, notícias favoráveis a Roseli e ataques aos adversários da ex-prefeita. Porém, ainda durante a campanha de 2016, Maurício Campos teria começado a chantagear Roseli e cobrar dinheiro para não fazer denúncias. Por causa disso, Roseli teria encomendado a morte do jornalista.

O homem indicado como autor do assassinato seria Paulo César Florindo. Ele teria surpreendido Maurício e atirado contra o jornalista no bairro da Frimisa. Como pagamento pelo crime, a acusação diz que o atirador teria recebido R$ 20 mil, supostamente saídos dos cofres da própria prefeitura sob a forma de pagamento de aluguel de imóveis para a administração municipal.

A defesa de Paulo César nega as acusações e alega inocência de seu cliente. Segundo o advogado Decio Nunes de Queiroz Filho, que faz a defesa do acusado, diz que o crime é cercado de mentiras criadas para atender interesses políticos locais e que todos os suspeitos envolvidos são inocentes, inclusive a ex-Prefeita Roseli.

 A ex-prefeita se tornou suspeita do assassinato após pertences do jornalista terem sido encontrados em seu gabinete. Segundo a acusação, a Prefeita recebeu ajuda de outros seis suspeitos, incluindo funcionários públicos, para esconder os pertences , inclusive o celular do jornalista, encontrado no gabinete da Prefeita, onde estariam provas de desvios de recursos praticados na administração municipal. Ao todo, seis pessoas, além de Roseli, serão julgadas no júri popular por envolvimento com o crime.

Histórico

Em 2012, Roseli chegou à prefeitura como vice-prefeita na chapa encabeçada pelo candidato Calixto. Em 2016, durante a campanha em que houve o assassinato do jornalista, ela disputou novamente desta vez como candidata a prefeita. 

Roseli Pimentel venceu as eleições e chegou a assumir o cargo, mas foi afastada pelos vereadores após denúncias de improbidade e uma decisão da justiça eleitoral que reconheceu irregularidades na chapa da prefeita ainda durante a campanha eleitoral. 

Em 2017, ainda como prefeita, Roseli foi presa preventivamente em por causa das acusações de envolvimento no assassinato do jornalista. Em dezembro daquele ano, uma decisão do STJ colocou Roseli em prisão domiciliar com a justificativa de que ela teria filho com menos de doze anos e fazia jus ao direito de acompanhar a criança até o julgamento definitivo do caso.

Em 2018, um dia antes de depor em Comissão da Câmara Municipal de Santa Luzia criada para mover um processo de impeachment, Roseli renunciou ao cargo. Na carta apresentada aos vereadores, a ex-prefeita fez sua defesa.

“Reafirmo a minha mais absoluta inocência, pois não pratiquei os crimes que me são atribuídos. Contudo, não tenho mais condições de lutar, ao mesmo tempo, pelo reconhecimento de minha inocência e pela preservação do honroso mandato que me foi dado pelos eleitores luzienses”, justifica.

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